segunda-feira, janeiro 08, 2007

Ao cimo da Serra.




O dia estava brilhante, não havia nuvens no céu, as andorinhas andavam atarefadas a arranjar o material necessário para construírem o seu lar. Hoje começava a primavera.

A Maria acorda mais cedo do que o costume, algo incomoda o seu sono.

Os raios de Sol, que já não via há bastante tempo estavam a entrar pelo quarto dentro. Levanta-se da cama para fechar as persianas, no entanto, quando olha para fora da janela fica paralisada. A paisagem era muito bonita: os campos estavam verdes, cheios de bonitas flores de variadas cores, as árvores já não estavam despidas, o rio corria de uma forma suave e estava com bastante caudal devido às chuvas que tinham ocorrido.

Aquela era a casa que ficava na serra, onde passava os fins-de-semana.

Maria, era uma rapariga que adorava história, partir para a aventura, apreciar a natureza e acima de tudo adquirir novos conhecimentos. No cimo da serra havia uma anta, mas como tinha sempre muitos assuntos a tratar, relacionados com a escola e não só, nunca lá tinha ido. O dia estava propicio para partir à aventura, subir ao cimo da serra e ver a anta. Para não ir sozinha, decide convidar a irmã e o avô para lhe fazerem companhia.

De mochila às costas lá partem os três aventureiros. Até à anta tinham de percorrer cerca de 5km.Pelo caminho, viram aves de rapina, avistaram bonitas espécies de pássaros, com uns binóculos a Maria viu javalis. A Margarida, irmã da Maria, adorava borboletas, estava com sorte. Havia tantas e tão belas, de cores variadas e com diferentes feitios. O avô estava sempre a ensinar as espécies das árvores, a falar sobre os animais e como é que eles viviam, um autêntico mestre com quem aprendiam muito.

A anta parecia estar próxima, mas um obstáculo aparece-lhes à frente. Um ribeiro passava a meio, e para passar para o lado da anta a única solução era tentar passar o rio Tanto caminho percorrido não iria ser um ribeiro que ia estragar a expedição. A Maria adorava estes obstáculos que por vezes a confrontavam.Com a sua perícia lá passou, a sua irmã, mais nova e mais medrosa passou o ribeiro às cavalitas do avô. Lá estava ela. Apesar de ser um monumento para o culto dos mortos, e da pré-história, era sempre brilhante, poder ver e imaginar tudo o que ali se passou e o que os nossos antepassados conseguiram arquitectar. Depois de 5 km a andar a pé, nada melhor do que “petiscar”.

As horas passavam, e quando deram conta já eram seis da tarde. Estavam ali há bastante tempo, era hora de regressar.

Mais uma vez, passaram o rio, por uma serra verde, agora com menos luz pois estava a anoitecer. No entanto, para eles a serra estava bonita, alegre e colorida. Chegaram a casa radiantes, a estação primaveril tinha começado da melhor forma para eles. O avô tinha sido um óptimo guia, era um “às” no que tocava ao ambiente, aprenderam e divertiram-se imenso. Esta aventura, marcou os três de uma forma bem acentuada. Estavam mais alegres e felizes, com todas aquelas cores e harmonia, outra coisa não se esperava!