terça-feira, agosto 11, 2009

A dureza da sombra e a leveza do ser...


Sombra por onde vou caminhando, sombra que ampara o meu desespero. Caminho pela terra que vai seguindo as minhas pisadas, que mesmo em dias de tempestade não deixa que elas desapareçam. Esta terra que não é minha quer que eu seja dela. As raízes estão profundas e bem presas. A sombra que me segue, ou melhor, que aqui me amarra começa a ficar sem forças para me segurar. Os olhares adensam-se em torno da minha pessoa. Interrogações, discriminações, repreensões. Muito se julga, muito se fala. Julgar sem saber, sem ter fundamentos para o fazer. Vivem na ilusão de ser alguém com cabeça, com preceitos constituintes do ser pessoa. Este ser pessoa dá cabo de mim. Creio que a leviandade possui o comum dos mortais, a preguiça também. Sentadinho no sofá, com as pernas pousadas na mesa que fica no centro da sala, e ver televisão, ou dormir, ou ler as belas das revistas que por aí todos compram. É, preguiça. A cobiça, os mexericos, o disse que disse, e o olhar de lado para tudo e para todos. Os actos que possam parecer irreflectidos, por vezes muitíssimo cogitados e tidos como errados, são vistos sem a análise de um olho que realmente vê. Esta gente, que anda na ribalta e tida como coerentes andam na vida, e os outros é que caminham na sombra. Sombra que é uma realidade análoga à deles, uma realidade transcendental e incompreendida por esta gente comum e que com pouco se contenta. Gente leve, gente que voa ao sopro do vento. Leveza que a muitos importuna e não deixa viver.