quarta-feira, janeiro 28, 2009

Dias.


Chove.O chão é água.O céu está cinzento e o nevoeiro aproxima-se. As casas vão desaparecendo, os carros transformam-se em pontos de luz, ora amarelos, ora vermelhos. As pessoas, essas, esbarram-se com os guarda-chuvas que as cegam. Os carros apressados molham as pessoas que vão calmamente nos passeios, que belo banho! As crianças divertem-se a chapinhar nas poças de água, enquanto os pais, furiosos, refilam : " Olha que ficas doente!". Os pássaros refugiam-se nos ninhos, que por vezes com o vento, que se lembra de nos visitar, faz cair. Ramos no chão, árvores caídas, vasos partidos, vidros quebrados... O frio que nos faz gelar nas ruas, que nos faz sonhar com uma calma tarde sentados no sofá, debaixo de uma mantinha, a olhar para a lareira.O rio, com a chuva que nos invade e persiste em nos acompanhar, vai cheio de vida e pujança. Quase que extravasa a margem que o delimita. Dias de chuva, dias de vento, dias de frio, dias de revolta, dias de frustração, dias de fúria. Dias estes de Inverno, dias estes de insipidez,dias estes de lassidão,dias estes...